TIPOS DE CONSCIÊNCIA EM PAULO FREIRE
O que caracteriza esses tipos de consciência:
A consciência crítica “é a representação das coisas e dos fatos como se dão na existência empírica. Nas suas correlações causais e circunstanciais”.
“A consciência ingênua (pelo contrário) se crê superior aos fatos, dominando-os de fora e, por isso, se julga livre para entendê-los conforme melhor lhe agradar”.
“A consciência mágica, por outro lado, não chega a acreditar-se superior aos fatos, dominando-os de fora” [...] nem “se julga livre para entendê-los como melhor lhe agradar”. Simplesmente os capta, emprestando-lhes um poder superior, que a domina de fora e a que tem, por isso mesmo, de submeter-se com docilidade. “É próprio desta consciência o fatalismo, que leva ao cruzamento dos braços, à impossibilidade de fazer algo diante do poder dos fatos, sob os quais fica vencido o homem” (FREIRE, 2006, p. 113-114).
Tem também “A consciência astuta, esperta, manhosa, maldosa... ela guarda semelhanças com a consciência crítica, exceto que, enquanto a consciência crítica tende a se engajar na luta em favor dos oprimidos, a consciência astuta, sempre busca estar do lado dos opressores e contra os oprimidos a fim de se beneficiar através do “jeitinho”; é regida pela ‘Lei de Gerson’, caracterizando-se assim como aproveitadora.
A consciência crítica se caracteriza pela profundidade com que os sujeitos podem interpretar os problemas e engajar-se sociopoliticamente e também pelo pensar autônomo e comprometido, que mobiliza para o engajamento. Quanto mais a consciência torna-se crítica, mais democrática e dialógica ela é. O desenvolvimento da consciência crítica é favorecido em um processo de transformação social, econômica e cultural acompanhada por um trabalho educativo crítico, dialógico, democrático, em que pode ser desenvolvida a capacidade de refletir, decidir e fazer escolhas conscientes sobre determinada ação (KRONBAUER, 2016).
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